É natural da freguesia do Milharado (14 de Dezembro de 1907) a conhecida e popular Escritora e Actriz BEATRIZ COSTA.



Morreu na manhã de 15 de Abril de 1996, aos 88 anos, em Lisboa.

A Menina da Franja Embaixadora dos Saloios

Esta menina alegre, irreverente, de rosto expressivo e comunicativa conhecida em todo o País e Estrangeiro e que "tudo o que dizia ou cantava saía para a rua e passava a fazer parte da vida das pessoas", é ainda lembrada por muita gente.

Amada por uns, detestada por outros, a verdade é que Beatriz Costa foi uma das grandes actrizes que desfilaram no nosso País.

O público admirava-a "pelo seu talento, pela frescura das suas interpretações, pela sua genuína beleza", como se pode ler em várias manchetes de jornais e revistas.

"A sua capacidade invulgar com o público, a sua espontaneidade" ajudaram a fazer de Beatriz Costa a actriz popular que todos conhecemos ainda hoje quer pelos filmes ou teatros de Revista e ainda pelos livros que deixou escritos.

De si própria Beatriz Costa dizia: "era, fui e serei sempre uma criança contente". Esta jovialidade fê-la encantadora até ao fim da sua vida.

Dela muita gente falou e disse coisas espectaculares:

"Era uma mulher levada da breca."
"Nunca mandou dizer por ninguém aquilo que pensava."
"Era uma pessoa de grande humor e aguçado espírito crítico."
"Uma grande artista, cujas qualidades lhe grangearam uma popularidade que só poucos artistas de palco alcançaram."

Beatriz Costa a quem alguém chamou "Princesa do cinema português", quis que o seu corpo ficasse sepultado na Malveira todo o tempo que a sua alma vivesse na eternidade, para "ver a serra, o sol e o comboio" desta terra que ela adoptou como sua embora tivesse nascido na Charneca do Milharado: raízes que ela nunca esqueceu nem negou e pelas quais nutria grande afeição.

Uma mulher que não vivia de passados, mas serenamente com o olhar no futuro, dizendo com muita graça: "Não gosto de olhar para o passado. Para mim passado só o bife".

A sua carreira foi brilhante e quer no Teatro de Revista quer nos Filmes Portugueses de maior audiência e os mais populares, tiveram Beatriz Costa como vedeta principal, com muito prestígio no nosso País e no Brasil.

Recordemos onde Beatriz Costa mais brilhou:

Filmes:

  • O Diabo em Lisboa (1927);
  • Lisboa Crónica Anedótica (1930);
  • A Canção de Lisboa (1933);
  • Trevo de Quatro Folhas (1936);
  • Aldeia da Roupa Branca (1939).

Teatro de Revista:

  • Chá e Torradas (1923);
  • Ditosa Pátria (1925) onde usou pela 1ª vez a sua franja que se tornou a sua "imagem de marca";
  • Sete e Meio (1927);
  • Pó de Maio (1929);
  • Tá Bonita a Brincadeira (1960)

Pelo meio interpretou alguns papéis nas Revistas:

  • Sete e Meio;
  • Fox Trot;
  • Mexilhão;
  • Isto agora é outra loiça.

Costureira e namorada do Vasquinho em a "Canção de Lisboa" ou lavadeira na "Aldeia da Roupa Branca" ou em qualquer outro espectáculo, Beatriz era aquela que mal o seu nome era anunciado em cartaz, logo o teatro se enchia; a figura que representasse logo se tornava famosa da noite para o dia; graça que dissesse no palco logo toda a gente repetia; cantiga que cantasse logo se ouvia assobiar pelas esquinas, anos a fio.

Terminada a sua carreira de palco ou telas de cinema, mostrou ainda uma nova faceta: a de escritora, escrevendo vários livros como:

  • Quando os Vascos eram Santanas;
  • Sem Papas na Língua;
  • Mulher sem Fronteiras;
  • Nos Cornos da Vida.

Ainda em 1966 e 1977 cantou as Grandes Marchas de Lisboa.

"Rir e fazer rir é privilégio dos puros" disse alguém. Mas para rir e fazer rir num País agarrado às tristezas, às lamentações, onde nada parece parece estar bem e onde todos se queixam de tudo e de nada, faltam pessoas que enfrentem a vida de frente e tenham a coragem de pegar "nos cornos da vida" como sempre o fez Beatriz Costa.





JOSÉ FRANCO, (Sobreiro, Mafra, 1920) foi um oleiro, ceramista e escultor português.



José Franco dedicou-se principalmente à arte-sacra, sendo por isso conhecido em todo o mundo, podendo encontrar-se obras da sua autoria inclusivamente no Vaticano. No entanto, a sua obra mais conhecida e popular será a Aldeia típica de José Franco, construção em miniatura de uma aldeia saloia do início do século XX, onde podem ser apreciadas cenas da vida da época, realizadas por bonecos mecanizados, principalmente movidos a água, bem como, lojas em miniatura que ilustram as mais diversas profissões.

...José Franco, artista do barro e da vida - um grande homem do povo - um português que nasceu com o dom misterioso da beleza e a distribui como um bem de todos...
Jorge Amado


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