Como outros povos, também as nossas gentes faziam remédios para os “achaques” que sofriam.
Assim para:
Dores no Corpo: Utilizavam a banha rançosa como unguento.
Constipações: Utilizavam uma plantas chamadas “boraz” e “erva de sete  sangrias” (esta encontrava-se nos pinhais), pétalas da papoila e camoeses  secos, que depois de fervidos com uma côdea de pão, eram passados, e ao líquido  juntava-se-lhe açúcar, e levava-se novamente ao lume, depois de fervido e em  frio dava-se ao doente à colher.
                Tosse: Cortavam-se nabos e cenouras às rodelas e faziam-se camadas com  açúcar. O sumo dava-se à colher.
Buxo Virado: Os sintomas do buxo virado são o enfraquecimento e vómitos frequentes.
Queda do Cabelo: Friccionava-se o couro cabeludo todos os dias com um preparado de ½ litro de vinho tinto fervido com 4 colheres de sopa de alfazema em grão (quando pela fervura o liquido ficava reduzido a metade, retirava-se do lume e guardava-se dentro de uma garrafa de vidro).
Calos: Aplicavam-se rodelas de limão sobre os calos.
Chã para o Colesterol: Para combater o colesterol faziam-se chás de carqueja e de sete sangrias e bebia de manhã e á noite.
Para as cólicas do fígado: Fazia-se chá de erva cidreira, Lúcia-lima,  alfacinha do rio e de almeirão.
                Era tomado de manhã e à noite.
                Era costume também fazerem-se sobre o fígado linhas do comprido e na  largura que formavam uma quadrado com tintura de iodo. Este tratamente era um  pouco perigoso se era colocada muita tintura sobre a pelo.
Tratamento da Conjuntivite: Lavavam-se os olhos com àgua de rosas ou com água corrente de uma nascente.
Para os desmaios: Dava-se a cheirar as meias sujas a cheirar a chulé, ou álcool e aplicava-se água fria nas fontes.
Doença de pele provocada por insfecções (Erisipela): Manifestava-se por  manchas escuras na pele, que ficava brilhante. 
                Para o seu tratamento são conhecidas várias orações:
                  Donde vem meu Real  Senhor?
                  Venho dos olivais.
                  Que novidades me  traz?
                  Muita erisipela  má.
                  Eu te benzo com  pena de galinha preta e óleo de Oliveira Santa.
                Torna para trás, que não voltes cá mais.
                Ou ainda a parte afectada era benzida com um ramo de alecrim e dizia-se  a seguinte oração:
                  Pedro Paulo foi a  Roma
                  Jesus Cristo o  encontrou e lhe perguntou:
                  Donde vens Pedro  Paulo?
                  Meu Senhor venho  de Roma.
                  O que viste por  lá?
                  Muita febre, muita  peste, uma izirpela muito má.
                  Pedro Paulo volta  atrás, espargo verde apanharás,
                  E com ele benzerás  em Nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo
                  Amen Jesus.
Ermo: Quando surgia na cabeça das crianças uma espécie de caspa que depois acaba por formar crosta lavava-se com chá de erva moleirinha ou de eucalipto.
Escrófulas: (gânglios no pescoço): Colocava-se dentro de um  tubo de cana uma lagartixa viva e colocava-se  ao pescoço do doente, à medida que a lagartixa ia secando, o mal secava também.
                Colocava-se também sobre o local afectado lesmas ou caracóis (durante a  noite).
Tosse Convulsa: Cortava-se o cimo de uma melancia, retirava-se todo o  miolo encarnado, e enchia-se de açucar mescavado. Levava-se ao forno quando se  cozia o pão.
                Depois de cozida, era cortada às talhadas e dadas ao doente.
Tosse e para dar força: Dentro de um tacho cobria-se uma laranja e 750g  de açucar com uma cerveja preta, levava-se ao lume para ferver durante cerca de  uma hora.
                Este remédio ficava grosso como o mel, e era dado à colher.
Tosse: Xarope de caracóis: Lavavam-se 50 caracóis e metiam-se nun pano  fininho com 250g de açucar e um limão às rodelas, depois atava-se o pano e  dependurava-se de maneira que o sumo escorresse para dentro de uma tigela.
                Era tomado às colheres de sopa.
Tosse: Xarope de piteira: Apanhava-se a piteira abria-se ao meio e  enchia-se de acucar. 
                Era atada com um cordão dependurada de maneira que o molho escorresse  para uma tigela.
Chás: Para a Tensão alta: Ferviam-se 5 folhas de oliveira num litro de  água, e bebia-se um decilitro dia.
                  
                Para as infecções: Com farinha de linhaça fazia-se uma papa e metia-se num pano  fino por cima da infecção, mas com a papa sempre quente. Fazia-se de manhã e à  noite.
                
                
                
